sábado, 20 de março de 2010

O parkour em algumas versões

Este é um esporte das cidades em toda a sua essência! O espaço urbano é explorado e desafiado o tempo todo, com agilidade, força e muita habilidade. Mãos, pernas, pés, costas, olhos e ouvidos - todo o corpo está ligado, antenado e conectado a muros, rampas, escadas, janelas, chão, corrimão... É preciso ser rápido e preciso, além de ter uma coordenação motora beeeem harmoniosa e concentração total. Fico imaginando que lá dentro, o cérebro e todas as conexões nervosas que levam os comandos a todo o corpo, funcionam como milhões de engrenagens que se movimentam rápida e nanometricamente sem parar um nano-segundo sequer. Dar pau, nem pensar! Pode custar uma perna quebrada...


Pois é, o francês David Belle criou esta maneira de interagir com a cidade na década de 80. A ideia era ter uma mobilidade efetiva, um 'seguir em frente', mesmo ao dar de cara com obstáculos...

No meio do caminho

http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond04.htm

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade
In
Alguma Poesia
Ed. Pindorama, 1930
© Graña Drummond


Aqui em Sampa, as pedras são muitas, todas empilhadas e grudadas umas às outras como as pessoas que se aglomeram nos trens, ônibus, estádios e shopping centers ao longo dos caminhos que levam ao trabalho, ao lazer, à escola... A cada dia, nos deparamos com novos desafios. E temos de estar preparados o tempo todo. Vai saber o que tem lá do outro lado do muro, né?!

O 'Bolsa de Mulher' fez uma matéria bem legal sobre o pacote básico do parkour nosso de cada dia. Dá uma assistida na matéria delas e depois volta pra cá, pra ver o terceiro vídeo sobre o assunto, tá bom?!


O parkour não é um esporte, simplesmente. É um jeito de encarar a vida, que busca quebrar paradigmas de limites, de enquadramento fisico. Dar a volta em torno de um muro? Por que, se podemos simplesmente saltar por cima dele...?!!!


E então... Tá a fim de dar uma corrida pela cidade? :-)

4 comentários:

  1. Olha, Svea Kröner... eu sou presidente da Associação Brasileira de Parkour e faz MUITO TEMPO que não vejo um texto tão originalmente bem escrito sobre a atividade. Você está de parabéns por conseguir escrever de forma tão poética, certeira e madura sobre uma atividade que, por ser tão marginalizada, nos dá tanta dor de cabeça para ser reconhecida. A comunidade do parkour nacional te agradece.

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  2. Bravo...adorei o texto. Representou muito bem nossa pratica.

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  3. excelente texto! parabens!

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  4. muito bem exposta a idea do parkour

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